A Praça Maior do campus Butantã da USP foi objeto de vários projetos realizados por diferentes autores, nenhum deles implantado, como esta proposta para o MAC-USP; mas a sngularidade da prposta justifica sua inserção nesta pesquisa. O projeto faria parte de um conjunto mais amplo que compartilharia alguns serviços comuns a vários museus da USP, proposta que será retomada em projetos de Mendes da Rocha de fins do século 20.

O bloco do MAC-USP propriamente dito conformaria um volume elevado com térreo permaneça praticamente livre permitindo o acesso aos jardins de escultura do museu, situado no nível inferior semi-enterrado para os quais se voltam as áreas de apoio. Esse volume elevado retoma alguns aspectos já presentes na proposta de Paulo Mendes da Rocha para o concurso do Museu Beaubourg em Paris (1971), projeto que foi galardoado com uma menção honrosa; e ambos certamente elaboram uma erudita reflexão criativa acerca da proposta para o Museu de Caracas, de Oscar Niemeyer (1954), retomando o tema do edifício em pirâmide invertida, numa solução estrutural ousada, que atenderia plenamente o uso proposto.

A estrutura definiria seis vigas transversais elevadas, espaçadas de 15 m, com desenho trapezoidal de dimensão inferior total de ~80/85 m e altura de ~8 m apoiadas cada uma em dois pilares centrais com balanços em ambas extremidades; essas vigas sustentam as lajes de cobertura e a laje dos últimos pisos conformando, salas estanques no último pavimento superior, conectadas pela zona neutra central das vigas. Os andares inferiores são suportados por essas vigas por meio de tirantes, sendo ali possível uma maior continuidade horizontal. Os acessos ao bloco elevado se faria por rampas defasadas de meios níveis, recortadas de tal maneira a nunca se superporem exatamente, permitindo vazios verticais de pés direitos variados.